Toda história é feita de conflitos, ou seja, problemas que os personagens precisam resolver. A Story-line é a expressão mínima do conflito principal de vosso trabalho. Trata-se da criação de um conflito-matriz, um conflito geral que englobará todos os outros conflitos que vierem a aparecer na trama.
Pode parecer complicado a primeira vista, mas é algo extremamente simplório. Uma Story-line nada mais é um do que um esboço de toda a sua história. Trata-se de uma sinopse que contém o conflito e a intriga da sua narrativa. É importante destacar que uma Story-line representa os possíveis dramas e conflitos humanos que escolhemos para dar fundamento a história que pretendemos contar.
Superado este ponto de conceituação, inicia-se o processo de criação de uma Story-line. Imagine um filme que você assistiu recentemente ou um livro que você tenha lido. Imaginou? Agora tente explicar em poucas palavras: qual é o conflito básico desta história? Simples não é mesmo? O processo de criação de uma Story-line funciona da mesma maneira, só que ao contrário. Estará a resumir uma história que ainda não foi contada.
Para fins didáticos, criei um exemplo de story-line. Não é uma Story-line genial, mas vai servir para o proposito de entender exatamente quais são os elementos que a compõem.
" Estér é uma garota de 11 anos que vive em um centro de refugiados no Afeganistão após seu vilarejo ter sido bombardeado. Ela está sozinha e a procura de sua família que esta desaparecida. Ela não consegue encontrar a sua família e acaba sendo adotada por um casal de médicos estrangeiros."
Note que não existem muitas informações sobre personagens, cenários ou conflitos secundários. Tudo que você sabe é que Estér é uma garotinha em busca da família desaparecida em um campo de refugiados no Oriente Médio. Uma Story-line deve ser exatamente assim: enxuta e concisa. Recomenda-se que o escritor não ultrapasse o limite máximo de cinco linhas, caso contrário, teremos não uma Sotry-line, mas um texto argumentativo. A Story-line é apenas um ponto de partida e não faz parte do produto final que é entregue ao leitor.
Perceba que em nossa Story-line trabalhamos com início, desenvolvimento e desfecho da história. Trabalhar com os três tempos de uma narrativa é fundamental na construção de uma Story-line.
Introdução ao conflito: alguma coisa acontece
Estér é uma garota de 11 anos que vive em um centro de refugiados no Afeganistão após seu vilarejo ter sido bombardeado.
Nesta primeira frase há uma espécie de introdução da história. Introduzimos um acontecimento fortuito na vida da personagem que transforma o seu mundo. Mudanças no quotidiano do protagonista são fundamentais para a criação de histórias envolventes. Estes acontecimentos que fogem ao controle e criam problemas para os personagens introduzem o conflito-matriz, ou seja, o conflito que dá pano de fundo para todos os outros conflitos.
O conflito matriz: alguma coisa precisa ser feita
Ela está sozinha e a procura de sua família que esta desaparecida.
Na segunda frase já podemos perceber qual é o conflito-matriz. Após ter sua vida quotidiana perturbada, a personagem se vê sozinha e em busca da sua família. Este é o principal drama da ficção. A partir deste ponto, podemos criar uma quantidade incrível de outros conflitos que irão compor a história. Todos estes outros conflitos, que chamamos de conflitos-secundários, estão intimamente ligados ao conflito matriz. São obstáculos que o protagonista precisa superar para resolver o conflito-matriz, qual seja, encontrar a sua família.
O final do conflito: alguma coisa se faz
Ela não consegue encontrar a sua família e acaba sendo adotada por um casal de médicos estrangeiros.
O terceiro ponto da nossa Story-line traz o desfecho da história. É o final da narrativa. É como o conflito-matriz se resolve.
Quem são os médicos? Como a personagem chegou até eles? Mais uma vez temos pouquíssima informação a respeito e mais uma vez vale lembrar que esta informação não é importante. O conflito-matriz pode ou não ter um desfecho positivo para o personagem. Em nosso caso, a protagonista não conseguiu encontrar sua família, mas acabou por ser adotada por um casal de médicos estrangeiros.
Um dos erros mais comuns ao se criar uma Story-line é a omissão de um desfecho para a história. O final deve, obrigatoriamente, ser construído. Não basta apenas criar possibilidades dramáticas, é preciso que a trama tenha um desfecho. Sem um final, não temos uma Story-line, mas uma sinopse comercial.
Concluindo
- Qual é o conflito básico da sua história? O processo de criação de uma Story-line funciona, basicamente, sobre esta pergunta.
- Na criação de uma Story-line, não é preciso informações sobre personagens, cenários ou conflitos secundários.
- Acontecimentos que fogem ao controle e criam problemas para os personagens introduzem o conflito-matriz, ou seja, o conflito que dá pano de fundo para todos os outros conflitos.
- É importante destacar que uma Story-line representa os possíveis dramas e conflitos humanos que escolhemos para dar fundamento a história que pretendemos contar.
- Sempre dê um final para a sua Story-line